Agência oficial do evento
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Simpósios Temáticos |
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Título: Foucault, mutações do olhar |
Proponentes: Luzia Margareth Rago (Universidade Estadual de Campinas), Marilda Ionta (Universidade Federal de Viçosa) |
Descrição: As instigantes reflexões de Michel Foucault, desenvolvidas ao longo de uma extensa obra, visam a produção de modos diferentes de pensar, a partir da criação de novos conceitos e de problematizações que permitam olhar diferentemente para o presente e para o passado, revolvendo e questionando nossos regimes de verdade. Em uma passagem antológica, é ele quem afirma: “Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir.” (Foucault, Michel – O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p.13)
Os deslocamentos conceituais e as rupturas que produz no pensamento afetam profundamente também os estudos históricos, não só ao desestabilizar explicações consagradas e normalizadas, mas também ao abrir espaço para a incorporação de novas temas e questões, como o corpo, as relações de gênero e a própria vida, assim como de novos abordagens, a exemplo da história genealógica, de inspiração nietzschiana. Em relação à vida, Foucault sublinha novas relações entre história e vida no limiar da Modernidade, chamando a atenção para a maneira pela qual esta passa a ser incluída nos cálculos do poder e do saber. Essas mudanças fazem proliferar tecnologias políticas que, a partir de então, investem sobre o corpo, a saúde, a mulher, os estilos de vida colonizando, enfim, todos os espaços da existência.
Tanto os/as historiadores da política estrito senso, quanto os das práticas corporais, ou das questões feministas, para não falar das múltiplas áreas que constituem o trabalho do pensamento são afetados por essas indagações. E, portanto, apropriam-se de seus conceitos, como o de genealogia da história, micropoderes, práticas discursivas, dispositivo da sexualidade, biopolítica, a partir dos quais podem desdobrar suas reflexões e dar visibilidade a fenômenos históricos, culturais e sociais antes não percebidos, como a “medicalização da sociedade”, ou investem nas discussões que se abrem a partir de temas como “cuidado de si”, “ascese” e “estéticas da existência” do chamado “último Foucault”, momento em que sua reflexão se volta para as tecnologias de si e para os processos de subjetivação.
Esse Simpósio Temático convida para a apresentação e discussão de pesquisas orientadas por diferentes eixos temáticos, que problematizam os deslocamentos e as mutações do olhar nas inquietantes interpretações e problematizações produzidas e/ou afetadas por Foucault. |
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