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Título: Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e o uso de imagens na Sala de aula |
Proponentes: Jonas Rafael dos Santos (Prefeitura de Campinas), Paulo Eduardo Teixeira (Universidade Estadual Paulista - Marília) |
Descrição: Na atualidade a relação entre as imagens e sua linguagem visual com as construções da narrativa histórica tem se tornado crescente tanto nas pesquisas, quanto no ensino de história. Desta forma, o objetivo inicial deste curso é apresentar a seus participantes as principais questões teóricas que circundam a relação do conhecimento histórico sobre os afro-descendentes com o universo das imagens. Nas palavras de Maria Eliza L. Borges “ao lidar com as imagens visuais, o historiador as encara como um documento, como uma construção cultural, cuja confecção e difusão têm uma história que não pode ser desconhecida pela análise histórica.” (2005, p.81)
Assim, este curso pretende despertar o interesse em utilizar as muitas imagens produzidas ao longo do tempo para retratar a história e cultura afro-brasileira, tendo por base a revisão historiográfica sobre a temática nas últimas décadas. A iconografia, portanto, servirá como suporte para as reflexões que se farão ao longo do curso, onde algumas noções básicas acerca da produção de tais documentos serão necessárias para habilitar aqueles que queiram utilizar tais recursos em sala de aula como uma ferramenta adicional aos convencionais livros didáticos. A título de ilustração ocorrerá a exposição de metodologias aplicáveis a duas diferentes perspectivas da mensagem visual (Fotografia e Cinema), visando a uma instrumentalização dos interessados. Tal necessidade se dá pelo fato descrito por René Huyghe, que ao fazer uma crítica a obsessão do uso de imagens em nossos dias, salienta a eliminação da reflexão em virtude do automatismo das imagens, nos levando a uma posição de passividade diante da imagem autoritária, a qual quebra “a energia pessoal deste ser que será incapaz de cumprir o seu papel social”. (1986, p.11)
Tanto a fotografia quanto o filme documentário cumprem com uma necessidade do “ver para crer”, tornando-se, nesse sentido, uma espécie de “prova”, ao mesmo tempo necessária e suficiente, que atesta indubitavelmente a existência daquilo que mostra. E tem sido dessa forma que vemos os livros didáticos, e os filmes históricos utilizando a imagem, criando no imaginário dos alunos uma vinculação do texto escrito com a imagem, sem ao menos se avaliar a imagem ali exposta como mera “ilustração”.
Nas palavras de Susan Sontag, “A fotografia não apenas reproduz o real, recicla-o – um procedimento fundamental numa sociedade moderna. Na forma de imagens fotográficas, coisas e fatos recebem novos usos, destinados a novos significados, que ultrapassam as distinções entre o belo e o feio, o verdadeiro e o falso, o útil e o inútil, bom gosto e mau gosto.” (2004, p.191)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Terça-feira, 17 de julho de 2007.
08:30-10:30hs = Apresentação do Curso
= O recurso da ilustração
= Iconografia e Iconologia
= A imagem como documento: fotografia e cinema
Quarta-feira, 18 de julho de 2007.
08:30-10:30hs = As tendências da historiografia da escravidão no Brasil
Quinta-feira, 19 de julho de 2007.
08:30-10:30hs = As representações iconográficas do negro nos livros didáticos
Sexta-feira, 20 de julho de 2007.
08:30-10:30hs = História e cultura afro-brasileira na sala de aula por meio de imagens cinematográficas |
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